O refluxo gastroesofágico é um fenómeno fisiológico normal quando não produz sintomas, é de pequena duração e de ocorrência intermitente particularmente após as refeições.
Quando os sintomas têm manifestação e periodicidade crónica passa a ser denominado de doença de refluxo gastroesofágico, o que inclui a passagem de conteúdo gástrico para o esófago, sendo considerada a doença crónica mais comum do trato digestivo alto.
Há alimentos que propiciam o refluxo gastroesofágico como os derivados do tomate, sumos de citrinos, chocolate, café e álcool, além das substâncias como o tabaco e alguns medicamentos (estrogénios e contracetivos orais).
A presença do refluxo gastroesofágico relaciona-se também com o aumento da pressão intra-abdominal (roupa apertada, gravidez, tosse, obesidade, exercício físico súbito que aumente a pressão intra-abdominal, obstipação).
Os sinais e sintomas mais típicos são a azia/pirose e a regurgitação ácida. Na azia o indivíduo refere uma sensação de queimadura no peito, que pode irradiar para o pescoço, normalmente menos de uma hora após as refeições, piorando na posição de deitado. Na regurgitação o indivíduo manifesta que os alimentos “voltam à boca”, sem esforço do vómito.
A principal ferramenta para o diagnóstico do refluxo é a história clínica. No entanto, por existirem situações que podem apresentar sintomas idênticos (o caso da úlcera péptica ou a gastrite), algumas vezes é necessário realizar exames que permitam o diagnóstico diferencial: endoscopia digestiva alta, radiografia do esófago, estômago e duodeno ou a medição do pH esofágico, entre outros.
O tratamento inclui várias abordagens: a toma de medicação, a cirurgia em casos mais complicados e a alteração dos hábitos diários. Fazer refeições pequenas, evitar os alimentos anteriormente descritos e as bebidas gaseificadas, não se deitar antes de 2 a 3 horas após a refeição e elevar a cabeceira da cama (cerca de 15 centímetros).